Certa vez, num congresso sobre família, ouvi uma história muito triste, mas que serve de alerta para todos nós.
Um homem, sensível às necessidades das crianças abandonadas, sentiu no coração o desejo de organizar uma instituição para abrigar e cuidar dessas crianças.
A referida instituição começou a crescer no seu país. Este homem então sentiu que a organização poderia ajudar crianças em outros países. Sabendo dos desafios que estavam à sua frente, em suas conversas com Deus disse: “Deus, eu vou começar ajudar as criancinhas de todo o mundo. Vou sair do meu país, viajar bastante e implantar a organização para ajudar as crianças abandonadas de muitos países. Eu vou cuidar delas e o Senhor vai cuidar das minhas aqui em casa”.
Começou então a viajar de um lado para o outro. A instituição cresceu. Empresas, governos e pessoas começaram a apoiar financeiramente. Hoje esta instituição, que prefiro não mencionar o nome, é conhecida em todo o mundo. Mas onde está o lado triste da história? O lado triste da história é que as criancinhas da sua casa, seus próprios filhos, todos se envolveram com drogas.
Mas, Deus não então não cuidou de seus filhos? Teria Deus falhado no trato? Deus foi injusto?
Muitos estão correndo o sério risco de repetir a história deste líder da organização filantrópica. Cuidam dos outros, mas não cuidam de si mesmo e dos seus queridos.
Muitas vezes no afã de fazer coisas boas para os outros negligenciamos nossos queridos que precisam também receber diariamente a porção do alimento emocional que necessitam.
Líderes, empresários, pastores e muitos outros tipos de profissionais podem incorrer nesta falha.
Deus realmente cuida de nossa família enquanto estamos envolvidos em nosso trabalho e ministério, mas a cota de atenção, demonstrações de amor e cuidado emocional se dá quando estamos presentes física e emocionalmente.
Na história da igreja existem muitos exemplos de homens e mulheres que foram bênçãos para milhares de pessoas ao redor do mundo, mas perderam suas próprias famílias e casamentos.
É conhecida a história daquele menininho que ao dormir ouviu do seu pai a afirmação que Deus cuidaria dele durante a noite. Ao que o menininho disse para o seu pai: “eu sei que Deus vai cuidar de mim enquanto durmo, mas antes de dormir eu quero que fique ao meu lado um Deus de pele e osso”.
Cuidado com a ideia que Deus vai cuidar dos filhos e da família enquanto você faz algo nobre e aprovado pelo próprio Deus.
Deus não vai fazer o que podemos e devemos fazer pelos filhos, cônjuges e familiares. Os abraços, beijos, o brincar, passear na pracinha do bairro, segurar as mãos, levar os filhos para a escola, participar da reunião de pais e mestres, ir ao consultório, dar o beijo de boa noite, cobrir com o cobertor são tarefas que Deus não vai fazer em nosso lugar. Esta tarefa é de gente de carne e osso. É dos pais e mães, maridos e esposas.
Por isso, é preciso sabedoria para equilibrar responsabilidades profissionais e familiares.
No final da vida, creio eu, que Deus vai nos pedir contas, em primeiro lugar, dos nossos filhos e família.
Ministério Oikos
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